quinta-feira, 31 de março de 2011

Professores decidem por indicação de greve

Os professores da rede pública de ensino do Distrito Federal se reuniram em assembléia na manhã desta quinta-feira (31) e decidiram entrar em indicativo de greve. Além disso, eles iniciaram uma votação para escolher cinco representantes para manter as negociações com o Governo do Distrito Federal.

Enquanto isso, os pais podem ficar despreocupados, pois as aulas ocorrerão normalmente até o dia 12 de abril, quando eles voltam a reunir a categoria. Os professores querem um reajuste de 13,83% previsto no Fundo Constitucional do DF, que é a verba repassada para Saúde, Educação e Segurança Pública. O governo propôs um reajuste de 5%. De acordo com o Sindicato dos Professores (Sinpro), a categoria considerou a contraproposta abaixo do esperado e aquém das promessas do governador.

A coordenadora da secretaria de informática do Sinpro, Augusta Ribeiro, afirma que a pauta da assembléia vai além do reajuste salarial para março. Existem outras reivindicações, como aumentar o auxílio refeição de R$ 198 para R$ 304 reais, creches para os filhos das professoras, melhorias na parte pedagógica, diminuição do número de alunos na sala de aula, salas de esporte cobertas e outras.

Casa do Estudante da UnB será desocupada até 27 de abril

Terminou sem acordo negociação entre os estudantes e o Decanato de Assuntos Comunitários (DAC) para desocupação da Casa do Estudante para reforma. A data limite para saída dos alunos é 27 de abril, mas os estudantes afirmam que não deixarão o espaço. Eles argumentam que pretendem manter "o mínimo de organização do movimento e convivência" e, para isso, pediram o aluguel de um bloco, localizado nas quadras 200 ou 400 da Asa Norte, para que todos permaneçam juntos. "Esse é o nosso plano B", disse Bruno Couto, estudante de Serviço Social.

Eduardo Raupp, decano de Assuntos Comunitários, explicou que não há disponível no mercado imobiliário um prédio vazio, pronto para ser alugado. "O mercado não oferece isso. Ao mesmo tempo, todos os imóveis da UnB estão alugados. Atualmente há uma fila de 260 pessoas aguardando um apartamento funcional. Na Colina, essa espera é de 530 pessoas", disse. A saída dos alunos depende de adesão à proposta da Administração de moradias fora do campus e pagamento de auxílio no valor de R$ 510.

A primeira alternativa proposta pelos estudantes é que os dois blocos da CEU sejam reformados um de cada vez. "Nosso plano é permanecer em um deles até o fim da reforma", disse Danilo dos Santos Aquino, estudante do 5º semestre de Artes Visuais. Na última reunião da administração com os estudantes, em 23 de março, Alberto de Faria, diretor do Centro de Planejamento Oscar Niemeyer (Ceplan), explicou que a permanência em um dos blocos não é possível. “Se formos fazer a reforma de um bloco de cada vez teremos mais gastos, pois será preciso fazer dois contratos e pagar duas vezes a taxa de lucro da empreiteira”, explicou, na ocasião.

A permanência dos alunos também prolongaria o prazo de conclusão para entrega dos novos blocos, previstos para junho de 2012. Na reunião desta quarta-feira, os alunos afirmaram que querem um laudo técnico assinado pela empreteira responsável pela obra. "Se após a licitacão a empresa selecionada deixar claro que não é possivel fazer dessa forma, tudo bem", disse Bruno. Rafael Moraes, assessor da Juventude, lembrou aos estudantes que a ideia de desocupar apenas um bloco foi apresentada aos estudantes no início das negociaçoes, mas foi negada. "Houve essa hipótese e ela não foi aceita", disse.

Apenas 11 mil escolas públicas são integrais

Apenas 11 mil escolas públicas são integrais

 Das 250 mil escolas públicas do país, só 11 mil têm ensino integral, com pelo menos sete horas de aula por dia. É pouco para um país que pensa em crescimento contínuo da atividade econômica, na avaliação de educadores que participaram nesta terça-feira do Seminário Internacional sobre Educação Integral, em São Paulo. Para eles, o Brasil terá de investir muito nessa área se não quiser depender de capital humano importado.

- Esta será uma década estratégica para o Brasil. Temos 98% da população entre 7 e 14 anos com acesso ao ensino fundamental. É um avanço, se considerarmos os 30% do meio do século passado, mas não satisfaz. Temos que formar capital humano para acompanhar o crescimento do país nos próximos anos - disse Maria de Salete Silva, coordenadora do programa educacional do Unicef no Brasil.
Um programa do Ministério da Educação (MEC), o Mais Educação, criado em 2007, amplia o repasse de recursos para escolas com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) abaixo da média nacional e que queiram aumentar a jornada de estudos. Mas ele não pode ser único com esse propósito no país, afirmou Maria de Salete. Segundo ela, é preciso articular novos programas.
Isabel Santana, gerente da Fundação Itaú Social, disse que a classe média supre a jornada reduzida de ensino com cursos extras e atividades complementares, porém os mais pobres não têm a mesma condição. Uma pesquisa da Fundação Itaú Social, com Unicef e o Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação (Cenpec), divulgada no seminário, faz um estudo sobre as perspectivas da educação integral. O levantamento analisou 16 experiências brasileiras na área, envolvendo a sociedade civil, como a Casa da Arte de Educar, no Rio de Janeiro. O projeto, no Morro dos Macacos e na Mangueira, virou referência. Em Palmas (TO), 70% do ensino fundamental são integrais. Escolas de Belo Horizonte, em Minas Gerais, estenderam o ensino para outras áreas públicas, como parques e até igrejas, que já realizavam algum tipo de ensino.
- Estamos apenas no começo do caminho. Cada região está criando um modelo e uma maneira de melhorar o ensino. O Brasil não vai enriquecer se não investir também em educação, a exemplo do que estão fazendo outros países em desenvolvimento. Falta capital humano e não podemos importar pensadores. O governo federal não consegue fazer tudo sozinho. Aliás, não é função dele. Estados, municípios e sociedade precisam ajudar - disse Maria da Silva Quintino, coordenadora de projetos da Fundação Itaú Social.

O que se pode fazer para melhorar a educação no Brasil?

Relatório preparado pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) mostra que o Brasil tem de percorrer ainda um bom caminho para atingir as metas do Programa Educação Para Todos. O programa, um compromisso firmado por vários países em Dakar, no ano 2000, é composto por seis metas de educação, que em tese devem ser atingidas até 2015. Dos 125 países avaliados, 47 já atingiram as propostas. 


O Brasil está no grupo intermediário, composto por 50 integrantes. E no ranking de desempenho, ocupa a 72ª posição. Bem atrás, por exemplo, do México, 48ª colocado, e da Argentina, que está no 50º lugar. Também está atrás da Indonésia, Venezuela e Panamá. O relatório mostra ainda estagnação do País na área. Em 2003, o País apresentou o mesmo índice de cumprimento de metas.